Pânico de uma nova paralisação social e econômica derrubou cotações de commodities na sexta, mas cereal teve alta; veja o que influenciar daqui para frente
O mercado internacional de commodities foi abalado nesta sexta-feira (26) pelo anúncio de uma nova variante do coronavírus na África do Sul. O pânico de uma nova paralisação social e econômica derrubou a cotação do petróleo em US$ 10/barril. O trigo também não suportou a notícia e operou em baixa. Apenas o milho conseguiu fechar o dia em alta, ainda por motivos pouco claros.
A única explicação plausível, de acordo com a consultoria Safras & Mercado, seria que a baixa no preço do petróleo poderia provocar uma retração da produção e da oferta já apertada. Isso geraria novo ambiente de demanda para o etanol, sustentando a alta do milho. Resta saber como o cereal irá enfrentar a nova semana.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho no próximo período. As dicas são do analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado.
- A colheita norte-americana está praticamente finalizada. A atenção se mantém aos preços do trigo, à demanda de milho para etanol e à possibilidade de a China retomar as compras a qualquer momento
- No mercado interno, a excessiva baixa de preços do milho e pressão de venda pelo produtor reativaram a exportação
- Em Novembro a exportação subiu a 3 milhões de toneladas e, para dezembro, já temos 1,7 milhão de toneladas nomeadas. No ano comercial, embarques acumulam 17,1 milhões de toneladas. As exportações podem superar 18 milhões de toneladas no ano comercial
- Ainda há pressão de venda regional, seja para liberação de espaço nos armazéns, seja por caixa para a difícil compra de insumos
- As mínimas de preços parecem ter sido atingidas e a disposição de venda de milho a qualquer preço parece ter diminuído bastante, apesar de ainda existirem ofertas
- O fato novo deste mês de novembro é o quadro climático no Rio Grande do Sul. As chuvas têm sido fracas na região central do estado. O milho está polinizado, mas precisa de chuvas agora para o enchimento de grãos
- Alguma perda ocorrerá na safra gaúcha dessa região, mas isso não representa todo o estado. Dependendo das chuvas em dezembro, o ambiente será mais ou menos positivo para a produção
- A Argentina tem chuvas normais até o momento
- As demais regiões do Brasil estão sem problemas gerais para o verão, até agora
- A soja, já com colheitas em janeiro, deverá dominar a logística e deixar o milho com oferta menor. Nesse ponto, podem surgir as altas do cereal, principalmente em São Paulo, Goiás e Minas Gerais
- O oeste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina terão colheitas em janeiro, uma área em que as lavouras estão em boas condições.
Fonte: Agência Safras